terça-feira

Eis que retorna

A dor. Coincide com um momento de estresse gigantesco no trabalho. Ontem não nadei, mas cheguei do trabalho com taquicardia, tontura e tremedeira leve nas mãos. Iniciou-se ontem também uma alergia nas laterais dos dedos. E desde ontem na parte de trás da coxa direita. O álcool de cânfora (28mg de cânfora + 280 ml de álcool de cereais, feito por mim) de fato alivia momentaneamente. Mas não dá para sair carregando a garrafinha para tudo que é canto.

quinta-feira

Natação e clarinete

Já faz algum tempo que não escrevo e acho que isto coincide com o fato de que faz já algum tempo que não sinto tanta dor. Nesta última quarta-feira eu nadei 1400m em um treino só de resistência. Em treinos anteriores sem ser de resistência eu estou nadando 1100, 1150.  Para mim, nadar 1400 na quarta e hoje, na quinta, ao invés de estar morrendo de dor, sentir-me ótima, é uma vitória que merece um sorriso.
Tenho lido em alguns blogs que comentam que o Lyrica dá náuseas, tonturas, etc. De fato, quando comecei a tomar este remédio teve um dia que eu não consegui fazer nada, tamanha a minha confusão mental. Mas eu pensei: vou dar uma chance para este remédio, continuei tomando-o, mas voltei à prática da natação. Resultado: não tive mais náuseas nenhuma vez. Acho que esporte é essencial e sinto-me feliz por hoje, quando decidi, após muito tempo, voltar a estudar clarinete, ver que o instrumento não está mais tão pesado como me aparecia antes.
Crédito da imagem: www.simplyswim.com

quarta-feira

Nomear dores

O mais curioso da fibromialgia é a denominação das dores. Hoje, por exemplo, amanheci com dor no joelho. Eu poderia pensar que fosse da fibromialgia, não fosse o último reumatologista que me disse que tenho uma artrose nos joelhos.

Então hoje amanheci com dor de artrose. É uma dor diferente da dor da fibromialgia porque parece ser no osso, na articulação mesmo, não sei explicar.
Outra dor que eu confundia com a da fibromialgia é a dor na lombar. Até que outro reumatologista me indicou RPG, parece ser um problema postural. Saber diferenciar as dores é importante para não achar que o remédio da fibromialgia não está funcionando. Na verdade acho que o Lyrica está funcionando sim, mas agora que diminuiram as dores da fibromialgia, as outras aparecem com mais força.

terça-feira

Sobre dores e feriados

Devo chegar à conclusão que os feriados são ruins para o tratamento da fibromialgia, principalmente se viajo. Isso porque a saída da rotina muitas vezes acarreta na não prática de esportes e com a diminuição da endorfina (ou do que quer que seja bom para a fibromialgia proveniente dos esportes) voltam as dores fortes.

Tive uma crise recente em outubro, fruto talvez do feriado do dia 12. Hoje voltei pela segunda vez a um médico do meu convênio. Eu havia marcado dois meses atrás, logo após a minha primeira consulta, caso eu piorasse, o que de fato, ocorreu, devido à crise. Mas a consulta só ocorreu hoje, quando eu já havia procurado um médico particular para buscar uma solução urgente para as dores insuportáveis, o mesmo que me indicou o Lyrica. Quando relatei ao médico de hoje que eu estava tomando Lyrica, paroxetina e ciclobenzaprina ele me disse que o Lyrica era só para crises, já que ele era um analgésico. Perguntei-lhe sobre a cânfora e a arnica e ele me disse que não sabia com um certo desdém.

Sinceramente eu não entendo: um médico que trabalha por anos e anos com pacientes que sentem dor nunca sentiu curiosidade para ver se havia alguma solução natural? Fiquei chateada. Primeiro porque um médico me receitou um remédio que melhorou consideravelmente minha qualidade de vida e o meu médico do convênio não quis me passar a receita deste remédio (o Lyrica), que é vendido com retenção da receita. Agora como eu vou saber qual dos dois tem a razão? E segundo porque não tenho uma resposta científica quanto à cânfora. Melhor parar de pensar nisso e pensar em nadar amanhã.

sábado

Sobre a variabilidade da dor

Sentir dor é uma coisa extremamente contingente ou causal? Ultimamente tenho sentido mais dores que nos últimos meses. Este mês de outubro foi de veras incômodo. O coquetel de remédios ciclobenzaprina, paroxetina e pregabalina não deram conta do recado: dor na lombar. Não sei por que esta é a dor que mais incomoda, ela é tão forte que dá vontade de sair correndo para um hospital para pedir que enfiem uma agulha com algum produto que resolva imediatamente a dor. Por quê sinto tanta dor? Me pergunto repetidas vezes. Por que esta dor me molesta no trabalho, em casa, nos momentos de lazer? Teve dias neste mês que eu simplesmente não consegui trabalhar. Trabalhar sentindo dores fortes é algo absolutamente desgastante. E o pior é ficar refletindo na análise que essa dor pode estar sendo causada psicosomaticamente por mim mesma. Que ser é capaz de produzir, ainda que inconscientemente, a si mesmo sofrimento assim?

domingo

Cânfora

Dando uma passeada por aí li em algum lugar que a cânfora era boa para aliviar momentaneamente as dores da fibromialgia. Em um momento de crise eu já havia comprado um gel de arnica da ideal, que é "extra forte" e de fato, imediatamente deixa a região fria e dormente e dá um certo alívio à dor. Resolvi sair em busca da cânfora e encontrei cânfora refinada em tabletes. Segui as instruções do potinho: 10mg de cânfora para 100ml de álcool, e fiz o meu vidrinho. Eu nunca imaginei que tenderia para as alquimias medicinais, vamos ver se dá certo, em breve escrevo outra vez sobre a fórmula barata e banal da cânfora para resolver uma dor nada banal.


sábado

Domingo de Chuva

Esta semana foi muito variante em relação à dor. Houve momentos de dor extrema intercalados com outros de leveza (não tão extrema). Tenho amanhecido com fortes dores na lombar. Um remédio que (demorei!!) descobri é a santa bolsa de água quente. É só colocá-la, ficar deitada esperando a dor diminuir devagar. Neste momento está voltando a dor na lombar, mas consegui trabalhar e assistir a um belo filme sem sentir dor durante a tarde nublada.

quarta-feira

Pregabalina

Faz exatamente 6 dias que comecei a tomar o Lyrica. Vivenciando atualmente sensações estranhas e contraditórias. Algumas manhãs acordei com uma sensação de liberdade de movimentos, braços e pernas mais leves e sem dor. Cheguei à conclusão de que a dor no braço pode ser a causa da sensação constante de "braço pesado", assim como "pernas pesadas" para andar. Pela primeira vez em muito tempo acordei com a sensação de braço leve. Empolgada, fui nadar, 950m, dentro da minha média atual. Chego em casa com um cansaço para 2000m, sonolência, lentidão para pensar, refiz um trabalho que já havia feito, reenviei um email que eu já havia enviado na sexta-feira, ou seja, confusão total. Me disseram que estou com "cara de doente", "cara de uma idosa de 100 anos". Que dualidade é essa? Ora acordo leve, sem dor e logo, ao fazer um exercício cuja consequência é a alegria, sinto-me lenta, lenta, lenta...

Sobre Rituais

(de ontem à noite)
Todos os dias lidamos com um monte de rituais sem percebermos. Ao acordar, espreguiço de um lado, olho para janela para ver como está o tempo, espero tocar o soneca pela segunda vez para finalmente levantar-me. Faço isso quase todos os dias. A vida está repleta de rituais. A fibromialgia nos faz criar mais rituais que não são meros atos esvazidos de sentido (como esperar o soneca tocar pela segunda vez), mas são ações que fazem sentido dentro do contexto da doença. Um deles é tomar o chá de camomila ao anoitecer. Eu nunca gostei de chá de camomila, mas quando comecei a tomar e vi seu efeito calmante e excelente colaborador para uma boa noite de sono, agora já não passo mais sem ele, este é o ritual no 1) beber chá de (ou com) camomila antes de dormir, 2) não sei mais. Depois escrevo, o chá já está fazendo efeito. Boa noite.

segunda-feira

Primeiro post

O objetivo deste blog que vocês leem é puramente catártico. Não no sentido psicanalítico, mas no sentido de tentativa de deixar as letras levarem, pelo menos um pouco da minha dor. Quantos blogs comentam sobre dores psicológicas, e atire a primeira pedra que não as têm. Mas evitarei aqui falar dessas dores. O objetivo é compartilhar o dia-a-dia de quem tem essa doença chata, e parar de ficar reclamando da dor com meus familiares que devem ficar entediados quando me perguntam: Vamos sair? E eu respondo: Hoje não, sinto dor. E por aí vai. Qual a direção que este blog vai seguir? Nem ideia, acho que ele vai se construir pouco a pouco com a escrita.