segunda-feira

Sobre dor e comida

Após um tempo de melhora significativa, muito tempo sem dor, as questões que anteriormente me pareciam irrisórias perto da dor que eu sentia voltam como pontos expressivos.

Me explico: Quando uma pessoa sente dor, é provável que ela não se preocupe com nada mais além da dor. Quando a dor melhora, tudo aquilo que ela não via, como aumento de peso, diminuição da libido, ansiedade constante, volta a ser visto como algo de relevo na vida daquela pessoa, ou seja, de mim mesma.

Não sinto mais tanta dor, graças à conjunção Lyrica, Paroxetina e natação. Mas engordei 3 kg. Sendo que eu já havia engordado 4kg desde o início da fibromialgia. As roupas não servem mais, isso gera um desconforto tamanho. Por que engordei? A resposta me parece simples. No princípio, antes do diagnóstico da enfermidade, as dores me impediam de seguir com o mesmo ritmo de exercícios. Depois, com o aumento da dor, a diminuição do sono reparador e a consequente depressão, houve ausência completa de vontade de realizar quaisquer exercícios. A primeira série de remédios receitados, amitriptilina e ciclobenzaprina não resolviam, de modo que cada vez que sentia muita dor eu tentava compensar aquele sofrimento com um prazer - efêmero, mas um prazer: a comida. Comia para me esquecer da dor.

Foto: DixieBelleCupcakeCafe