Antes disso eu tinha notado e me agradava o modo como ela me ouvia e me deixava à vontade para compartilhar questões sobre a fibromialgia com ela, que sempre se mostrava tão receptiva e parecia me compreender, como se ela tivesse uma empatia. Quando seu marido me contou da enfermidade que tivera eu entendi porque ela lidava com doenças de uma maneira diferente de como as pessoas que nunca tiveram contato com uma doença lidam. Tem gente que não sabe lidar com doenças, essa amiga me disse que vários amigos se afastaram deles durante o tratamento do câncer e eu noto que algumas pessoas não sabem como lidar com o fato de que eu tenho fibromialgia. Tem gente que sequer tem paciência para andar um pouco mais devagar quando estou com eles.
Eu não quero comparar câncer com fibromialgia, longe disso. Fibromialgia não mata, câncer sim, e esse meu amigo ficou muito próximo da morte. Mas o que me chamou a atenção foi o fato de eles decidirem não celebrarem nada com o advento da doença. Faria eu a mesma coisa, ainda que inconscientemente?
Imagem: Isobel
Obs: Conversando com essa amiga, em um momento eu falava sobre fibromialgia e logo eu estava me autocensurando, eu dizia, mas, ah, o que é a fibromialgia perto da dureza de um câncer? Ela, com delicadeza e sinceridade me disse, "É, eu já conversei com meu marido sobre isso e não sei o que é pior, uma doença intensa, oito meses de tratamentos agressivos, mas que vão passar, ou uma dor que te perturba pelo resto de sua vida?"
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