domingo
Sobre o mestrado e a sensação de fracasso
Faz quatro anos que minha vida mudou radicalmente. Faz quatro anos que defendi uma péssima dissertação de mestrado, me descobri com fibromialgia e parei de escrever, ou melhor, tentar escrever algo que se aproximasse de literatura. A dor paralisa, sabemos disso todos. Mas o pior não foi a paralização pela dor, mas sim pelo sentimento de fracasso diante da defesa de uma dissertação ruim. Nunca um C me abalou tanto, ainda que na verdade eu esperasse por um D, ou até mesmo um E. Não vou perder tempo me justificando que estava em crise de fibromialgia, longe da família, logo após ter relembrado e revivido um pequeno trauma de infância. Quantas crianças não tiveram traumas? Por que será que um trauma me doeu tanto que a dor se materializou na doença da dor e no boicote da escrita? O sonho era um só: ser escritora. De repente, como um passe de mágica, só vejo a barra de espaço no teclado do computador. Repentinamente eu deixei minha essência guardada e comecei a comer desenfreadamente. Comer, dormir, chorar e jogar joguinhos de facebook. Ler e escrever se tornaram uma mentira para mim, como se eu tivesse desaprendido a realizar tais ações.
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