quinta-feira

Os perigos de quando a gente acha que melhorou

Este ano foi um ano de altos e baixos, períodos em que eu me sentia muito bem e outros de crise. Eu havia decidido novamente parar de comer glúten para ver se eu melhorava. E comecei a melhorar aos poucos. Voltava a comer glúten, as dores voltavam, parava, e uma semana após ter parado as dores diminuíam. Eu estava me sentindo muito bem na segunda-feira passada. E na terça precisava ir trabalhar em uma cidadezinha aqui perto, há uma hora de metrô. Eu tenho o bilhete para andar pela a cidade, mas para chegar até lá preciso de um bilhete extra. Mas eu tinha me esquecido de sacar dinheiro. Como estava me sentindo muito bem, e como a região aqui é bem plana, pensei, por que eu não vou ate lá de bicicleta? O google dizia que eu demoraria 54 min, e  pensei: eu consigo! Lembrei-me de quando eu tinha 20 anos e nadava 1800 m em 40 min, e pensei, por que não?
Esse era o trajeto. Saí uma hora e meia antes por precaução e foi bom porque demorei esse tempo para chegar lá. O google não sabe identificar quem é mais ou menos rápido na bicicleta. Na metade do caminho eu já estava bem cansada e com 3/4 do caminho pensei que isso não tinha sido uma boa ideia, cada pedalada era um novo esforço. Tentei me acalmar apreciando a floresta perto da qual eu passava. Mas eu sentia a injeção de ânimo que a endorfina me trazia, como eu não sentia há muito tempo. É como uma euforia, uma sensação muito boa. Consegui trabalhar, bem animada, mas na volta, já em 1/4 do caminho eu não sabia se conseguiria. Consegui. Contudo, a consequência foi pouco mais de uma semana de dores bem fortes. Quando eu contei para meu marido, ele me disse: mas por quê você fez isso? Você sabia que iria sentir dor depois. Mas eu estava tão bem na segunda, que quis acreditar que eu era aquela menina atlética de 20 anos de idade sem fibromialgia. Eu queria acreditar que eu conseguiria. Mas a fibromialgia é uma doença que sempre nos sacode e nos faz lembrar que temos nossos limites. Que precisamos respeitar nosso corpo e nos cobrar menos. Hoje estou bem, a crise passou. e levo comigo o lembrete de que temos que nos aceitar como somos.

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